Catanduva, a cidade em que nasci
Não só nasci como passei grande parte da minha infância em Catanduva, indo aos finais de semana às festas de Páscoa e final de ano. Jamais esqueci o som do...
Não só nasci como passei grande parte da minha infância em Catanduva, indo aos finais de semana às festas de Páscoa e final de ano. Jamais esqueci o som do papel que embrulhava os ovos de Páscoa, o cheiro das bonecas do dia de Natal e a emoção de sair pela rua no dia primeiro do ano desejando “boas festas” aos vizinhos de minha avó, que nos agradeciam com uma nota de 1 Reis. Coisas que já não existem mais. Tantas outras lembranças tenho desta cidade localizada no interior do estado de São Paulo, que para chegar é servida de boa rodovia, à 1 hora do aeroporto de São José do Rio Preto. Saímos do Hotel Fazenda Foz do Marinheiro, em Cardoso, às 10h30, para almoçar em Catanduva, que oferece várias opções gastronômicas. Por indicação fomos ao restaurante Árabe, onde o chefe é sírio e nos garantiram que o menu seria como das antigas avós sírias. Realmente, o local é bem decorado, com excelente serviço, comida farta e os doces deliciosos.O chefe falante e descontraído nos contou grandes histórias. Ele saiu da guerra da Síria em busca de um lugar melhor para viver e este lugar foi Catanduva. Minha visita foi, evidentemente, nos lugares que fazem a história de Catanduva. A catedral, que toma toda a praça em uma arquitetura grandiosa, está circundada por casas, casarões e palacetes de época, hoje tombados para preservação da nossa história. Para os estudantes de arquitetura e arquitetos, é um prato cheio, pois a praça faz um conjunto lindo e que marca época. Um pouco mais acima está o bosque ou o zoológico, um lugar aprazível para os amantes, para as crianças e para aqueles que procuram paz. O zoológico é constituído na sua maioria de aves brasileiras, um agradável passeio. Parei no colégião, como é conhecido, tradicional e lindo. O prédio preserva a arquitetura nos mínimos detalhes, cuidadosamente. Merece ser visitado, pois é outra obra para apreciação dos arquitetos e daqueles que estimam a arte. Descendo um pouco mais, na rua acima da estação, paramos no armazém. Sabe daqueles armazéns de antigamente? Onde se tem de tudo um pouco. É uma delícia visitar as vitrines e as prateleiras descobrindo produtos de altíssima qualidade ao lado de uma bucha natural que veio de uma árvore, um contraste delicioso. A estação ferroviária está linda. Quantas vezes sai de Votuporanga, cidade onde eu vivi, e fui de trem para Catanduva, cidade onde nasci e estudei por um ano. Era uma emoção realizar esta viagem. Hoje, em minha visita, senti a mesma emoção. Ainda um pouco mais elevada, pois vi a estação cuidada e transformada em centro cultural, com inúmeras salas e ateliês. Logo no hall de entrada da estação ferroviária, encontramos um piano à disposição de quem quiser tocá-lo. Meu amigo Paulinho Bauab, que me acompanhava na visita, sentou-se e tocou músicas lindas com uma alegria e satisfação de uma descoberta. Na matriz, obras de valor artístico e histórico pintadas pelo artista Benedito Calixto (1829). O Hospital Padre Albino, hoje uma referência de desenvolvimento médico, preserva o seu prédio antigo aliado ao moderno. A Faculdade de Medicina, o centro estudantil e o centro médico são uma das riquezas e referências da cidade. O comércio rico e diversificado, onde se encontra tudo para uma vida de conforto e prazeres no interior.A visita ao engenho Santo Amaro foi uma festa, pois - além de degustar várias cachaças, conhecer a história do engenho e degustar os novos licores - visitamos o museu com inúmeras peças de coleção do Sr. Mario, fundador e idealizador do engenho que colecionava por prazer. Outra curiosidade gastronômica é a fábrica de presuntos Salamanca. Catanduva ainda conta com usinas de cana-de-açúcar e grandes fábricas de ventiladores. Sei que um dia foi pouco para uma visita a uma cidade tão grandiosa Catanduva. Dormimos em um dos hotéis da cidade, pois no dia seguinte seguiríamos para Ibirá. Veja no próximo post.